Quiet Ambition - A busca por menos responsabilidade e pressão no mercado de trabalho

O fenômeno "Quiet Ambition" (ou ambição silenciosa) aponta para uma nova tendência dos trabalhadores da atualidade, que buscam cada vez mais adequar suas demandas profissionais e pessoais. Este não é um fenômeno recente e já teve outros nomes, mas está cada vez mais em alta e em crescimento.

As pessoas preferem se estabilizar na carreira em vez de assumir mais responsabilidades e pressão. Por exemplo: você trabalha em uma empresa, tem um cargo normal, sem grandes responsabilidades, mas que serve para pagar as suas contas. Surge a possibilidade de você assumir um cargo mais alto, mas você recusa em prol de um maior equilíbrio da sua vida pessoal e profissional.

De acordo com Tania Casado, professora da FEA-USP, para a matéria sobre "Quiet Ambition" no portal de divulgação científica do IPUSP, o fenômeno não é novo e ganha mais força após eventos impactantes: "Nós vamos ver de novo essa preocupação: 'Olha, a vida está aí para ser vivida. Eu preciso trabalhar dentro de alguma coisa que faça sentido para mim, estar atento aos meus valores, estar com a minha família'".

Reflexões existenciais e questionamentos de si mesmos vêm se tornando algo que está acontecendo mais precocemente. Antes, aquilo que era visto como "a crise dos 40" está acontecendo muito mais cedo, não sendo mais exclusividade dos mais velhos. A revolução tecnológica e as rápidas transformações no mundo criam incertezas e fluidez nas carreiras, antecipando crises que antes surgiam mais tardiamente.

Essa nova realidade vai exigir um maior alinhamento das expectativas do funcionário e da empresa frente ao vínculo empregatício criado. As demandas que surgem dos trabalhadores são uma parte inegociável da proposta de vida dos trabalhadores e não adiantará às empresas não perceberem que isso está acontecendo.